As fantasticas fabricas de chocolate!
Bem, ao me deparar com a realidade que talvez eu seja o único ser humano ainda vivo que prefira a nova versão do filme A Fantástica Fábrica de Chocolate (também conhecida como a versão do Tim Burton ou a versão de 2005, hehe). Quando digo isso as pessoas ficam horrorizadas como se eu estivesse revelando que mutilo pessoas e guardo os pedaços no freezer.
Mas enfim, falemos da história. Como todo mundo já deve saber, a história é baseada num livro. O autor é um galês chamado Roald Dahl, que foi o mesmo que escreveu os livros que deram origem aos filmes Matilda, A Convenção das Bruxas, O Fantástico Sr. Raposo, James e o Pêssego Digante e talvez mais alguns que eu não conheça. Conta a história de um menino que acha um convite para entrar numa fábrica de chocolate, guiado pelo seu excêntrico dono junto com outras 4 crianças. Cada criança tem um... desvio de conduta? (haha) e paga por ele a cada nova sala, sendo eliminadas do passeio.
A versão mais antiga é de 1971, dirigido por Mel Stuart e o própria Roal Dahl estava reponsável pelo roteiro em parceria com David Seltzer.
Já a versão de 2005 foi dirigido por Tim Burton e conta com J. Depp fazendo o papel do Willy Wonka.
Agora vou listar os motivos pelo qual eu prefiro a nova versão d’A Fantástica Fábrica de Chocolate, ao invés da clássica.
Apesar do Roald Dahl estar no roteiro, a versão do Tim Burton é mais original ao livro, que eu tomei o cuidado de ler. Francamente, eu acho que isso não conta ponto, mas gosto que o universo de Roal Dahl, que foi quem criou a história, seja traduzido com mais fidelidade na tela. E eu achei que o Tim Burton soube fazer isso muito melhor que o Mel Stuart.
Eu tenho que admitir que a versão é mais nostálgica, me remete mais à infância, tem musicais mais bonitinhas e um cenário menos... digital, o que não é vantagem, porque não sou contra o emprego de tecnologias em filmes. Também gosto do cenário e músicas da versão de 2005.
Pois bem... vou começar falando do que mais me agrada na nova versão em comparação com a antiga – o Willy Wonka. Acho que justamente o mais criticado, hehe. Acham ele muito afetado, pois bem, ele é afetado e deve ser mesmo. Olha só a história do cara – abandonado pelo pai porque quer ser chocolateiro, se isola numa fábrica sem companhia de ninguém, só do Oompa Loompas.
O novo Willy Wonka é muito mais parecido com um personagem do Roald Dahl, enquanto o novo parece um pesonagem de Lewis Carrol (escritor de Alice no País das Maravilhas). Aliás, seria capaz de dizer que o Willy Wonka dirigido pelo Mel Stuart, é, sem tirar nem por, o Chapeleiro Maluco. Ele simplesmente misturar relógios, botas e sapatos como ingredientes de seus doces e chocolates. Isso é coisa de louco, e o Willy Wonka é excêntrico – algo BEM diferente. Tudo que ele faz, ele acha algo absolutamente normal, os outros é que são estranhos, já o antigo faz e mostra que está fazendo algo impressionante ou anormal, algo que ele não deveria perceber.
A forma como a história é contada pelo Tim Burton é muito mais tocante, eu me emocionei na 1ª vez que assisti e me emociono todas as vezes que a reassisto, coisa que não acontece na versão de 1971.
Apenas o vovô Joe tem importância na história antiga, na nova os outros avós tem alguma importância, mesmo que pequena, e a vovó Georgina é uma fofa, as suas falas doidas dão um ar todo especial à história.
Na versão antiga não existe o Sr. Bucket. Ta certo, não ser original ao filme não é motivo de ser melhor ou pior, mas quando ele é inserido na história, ela se torna mais atrativa.
Na versão antiga os avós de Charlie são preguiçosos e não querem nada da vida.
Qual o defeito da Violet Bouregard na versão antiga? Só mascar chiclete? Ela ser competitiva, na nova versão, é MUITO mais interessante.
A riqueza da Veruxa Salt não é mostrada em seus figurinos na versão antiga. O Charlie parece usar roupas mais caras que ela. O figurino da nova versão é muito melhor, o da antiga é meio falho.
Por falar em falha – há gafes muito grandes no filme de 1971. Na cena que o Charlie voa com seu avô devido à ingestão de um líquido, dá pra ver claramente os fios que os seguram. Eu diria que dá pra ver mais claramente que nos filmes do Willian Castle com Vicent Price. O ano do filme não justifica – já vi filmes mais antigos com cenas de levitação que não mostram os fios. Além do mais, usar produtos que bloqueavam a luz ajudaria a não mostrar os fios. Ta certo... o ano, o orçamento não deu... podem arranjar qualquer desculpa. Mas na cena que Violet Bouregard vira cereja, quando ela começa a inchar, dá pra ver uma magueira na sua calça, por onde entra o gás. Caramba, era só esconder atrás de um balde que fosse, ou só levantasse a câmera. A magueira é MUITO evidente, foi pura falta de cuidado. Enfim, isso não interfere na história.
Talvez o motivo seja simplesmente o velho “ou toca ou não toca”. A nova toca, a velha não.
Quero deixar bem claro que amo as duas versões, mesmo preferindo a do Tim Burton, tanto que tenho os dois filmes originais na minha coleção.
É isso então, espero que ninguém mais me encha a paciência por eu ter direito de gostar mais de uma versão que da outra.
Até a próxima semana.
Beijo e queijo.